Se precisasse escrever uma frase sobre como vejo uma organização orientada à inovação, estando baseado nas minhas experiências e reflexões sobre corporações nacionais, multinacionais e atuação no ecossistema de inovação e investimentos, a frase seria:
Uma corporação i é uma combinação de habilidades i desenvolvidas nos indivíduos com funções intraempreendedoras necessárias para moldar a inovação, de forma que as equipes i que emergem da perspectiva de RH estejam bem estruturadas para que haja um clima apropriado e a estratégia i necessária para fornecer uma base de implementação de quaisquer ideias inovadoras.
A reflexão se estende a muitos processos e, obviamente, não se limita apenas a uma nova orientação, mas a uma construção. Afinal, o comportamento inovador precisa estar apoiado, de alguma forma, na cultura da empresa. Existe um ditado, vindo de uma frase do livro “take your pick” (desculpe pelo anglicismo desnecessário!): “Os cães ladram e a caravana passa”, ou “Si los perros ladran, Sancho… Es señal que cabalgamos”, frase do sonhador homem da Mancha, criado por Miguel de Cervantes!!
Não há um caminho de volta. Inovação será incorporada às organizações ou as organizações serão incorporadas pela inovação! Resta às corporações o desafio de entender o melhor tempo, modelo e estratégia para evitar impactos negativos, uma vez que o processo acontece, ao mesmo tempo em que se lida com as expectativas de acionistas e partes interessadas no negócio, como cobranças já conhecidas de crescimento e margem.
Muitos processos de aceleração corporativa aconteceram e acontecem, o que foi ótimo porque embarcaram muitos executivos e companhias nessa viagem sem volta. Nestes trabalhos de aceleração corporativa o contato com o ecossistema foi feito, o entendimento dos vários estágios e caminhos dos negócios de inovação foram conhecidos e, de uma forma geral, ainda que incipiente, o plano estratégico já olha para a necessidade de inovar. Por outro lado, ainda são poucas as organizações que assumiram o processo da forma como precisam para absorver a inovação, propondo metas, financiando e motivando pensamento de fato inovador na organização.
Em muitos casos a caravana está passando, sem esperar que os cães ladrem para perceber que estão avançando! Como está sua organização? Avançando com os cães ladrando ou esperando que eles ladrem para saber se estão avançando?
Nos próximos artigos sobre Intraempreendedorismo e Inovação Corporativa, falarei mais sobre possíveis pontos de fricção que organizações encontram em suas jornadas de inovação, pontuando aspectos relevantes ao processo.
Assim como neste, para os próximos artigos usarei ideias aplicadas pelos professores Donald F. Kuratko, Michael G. Goldsby e Jeffrey S. Hornsby, autores do livro Corporate Innovation: Disruptive thinking in organizations! Acompanhem!
Autor: Ricardo Redua Martinho