Com tantos
aparelhos eletroeletrônicos em casa, no trabalho e principalmente nas mãos,
nunca estivemos tão insatisfeitos com a quantidade de tomadas à disposição. É
fácil notar em imóveis antigos como a tecnologia evoluiu em detrimento do
espaço físico quando precisamos ligar um aparelho novo ou carregar a bateria
do celular.
Segundo o
“Raio-X das Instalações Elétricas”, publicado em 2017 pela
Abracopel (Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da
Eletricidade) em parceria com a Procobre (Instituto Brasileiro do Cobre),
cerca de 60% das moradias com idade média de 20 anos nunca haviam passado por
uma reforma nas instalações elétricas.
Se nunca passaram
por uma reforma, por certo também não previram a mudança de padrão das
tomadas brasileiras a partir de 2011, criando um cenário onde pode haver não
só a falta de opções de tomadas, mas também a incompatibilidade de encaixe.
A solução mais
recorrente nesse cenário é o uso de benjamins, extensões e filtros de linha,
acessórios elétricos fáceis de encontrar e usar, mas cuja combinação entre a
procedência duvidosa de certos modelos e o mau uso podem ocasionar graves
acidentes.
Confira abaixo
três dicas da STECK Indústria Elétrica para evitar acidentes em casa ou no trabalho com esses produtos:
Fique de olho na procedência
Recomendar a
compra produtos de qualidade não é uma jogada de marketing, especialmente
quando o assunto é material elétrico.
A procedência
duvidosa de alguns modelos é uma das maiores causas de acidentes de origem
elétrica porque estes não foram projetados nem foram submetidos a testes de
segurança seguindo as diversas normas técnicas brasileiras e internacionais.
Quantas vezes você
comprou um benjamim, uma extensão ou filtro de linha e observou qual era a
marca e quais eram as garantias de qualidade e segurança daquele produto?
Levar em conta somente o preço ou a aparência é um grande risco!
“Fique atento às embalagens e nunca
compre qualquer material elétrico sem se certificar que aquele produto e o
fabricante dele estão em conformidade com as normas brasileiras. Uma dica é
procurar o selo do Inmetro na embalagem e na carcaça desses dispositivos”,
orienta Martuchi.
Mudanças de hábito
Além de conhecer
mais sobre a origem do produto, outro ponto que você deve ter cuidado é não
usar benjamins, extensões e filtros de linha incorretamente. O mau uso pode
ser fatal porque os riscos geralmente são negligenciados ou sequer
percebidos.
Em primeiro lugar,
é preciso reconhecer que esses produtos possuem características elétricas que
precisam ser respeitadas. Geralmente as pessoas só se preocupam em não
queimar um aparelho 127 V ao conectá-lo numa tomada 220 V.
No entanto,
existem diversos outros fatores que influenciam onde, no que e por quanto
tempo vamos usá-los, o que vai prolongar ou reduzir a vida útil desses produtos.
Um exemplo a ser observado é a corrente, que é medida em ampères (A).
“Ao comprar benjamins, extensões e
filtros de linha, você vai encontrar modelos de 10 ou 20 A. Isso faz as
pessoas acreditarem que 10 A é o limite de cada uma das conexões, quando na
verdade é a soma total de corrente que aquele produto pode suportar”,
afirma Martuchi. “Mesmo no
caso dos filtros que possuem fusíveis e chaves similares a um disjuntor, essa
proteção é exclusiva para surtos na alimentação externa”,
completa.
O excesso de
corrente sobrecarrega o conjunto e o esquenta a tal ponto que começa a
derreter os componentes de proteção – lembre-se que a maioria dos
dispositivos é feito de plástico e borracha, deixando expostos fios
energizados que podem causar choques e também curtos-circuitos, cujas faíscas
podem originar um incêndio.
Diante de tantos
riscos, nunca extrapole as indicações de uso dos fabricantes e conheça qual é
a corrente e a potência (medida em watts, W) demandada por cada dispositivo
antes de conectá-los a esses produtos e compartilhar o uso com outros
aparelhos.
“Outra dica é evitar que extensões e
filtros fiquem encobertos ou enclausurados, aumentando as chances de
sobreaquecerem. Nunca deixe os cabos pelo chão ou encobertos pelo tapete,
pois o pisoteamento e dobras excessivas também vão danificando a proteção
deles”, alerta Martuchi.
Alguns modelos de
secadores, micro-ondas, televisores e aparelhos de ar-condicionado possuem
necessidades elétricas tão específicas que só podem ser usados isoladamente
em tomadas ou conexões exclusivas.
“Evitar as famosas gambiarras já é um
bom começo: nunca conecte benjamins, extensões e filtros uns nos outros de
forma a ampliar as conexões. Também não os use como adaptadores para criar
configurações diferentes das de fábrica. Muitas pessoas fazem isso para
plugar aparelhos de 20 A em tomadas de 10 A, o que é perigosíssimo. O
improviso pode ser fatal”, completa Martuchi.
Busque auxílio profissional
Os acessórios
podem não ser suficientes nem mesmo os mais seguros para resolver o problema
da falta de tomadas de casa. Eles geralmente podem resolver a questão da
conexão que está visível, mas pouco revelam sobre os problemas que podem
existir da tomada para dentro.
“Mesmo se você trocar o modelo da
tomada ou comprar um filtro de linha, é preciso que todo o conjunto esteja em
condições de proteger as pessoas e o patrimônio, e isso implica no bom estado
e dimensionamento de cabos, quadros e painéis”, explica Ricardo
Martuchi, especialista em produtos da STECK. “Para um diagnóstico mais assertivo das necessidades de
cada ambiente, sempre recomendamos que se busque o auxílio de profissionais
capacitados para uma avaliação mais detalhada das instalações”.
Embora exijam um investimento maior, às vezes, o melhor caminho é
realmente acrescentar tomadas e renovar o cabeamento. Engana-se quem pensa
que, para isso, é preciso sair quebrando as paredes. Quem não está disposto a
passar pelo quebra-quebra pode apostar nas instalações elétricas aparentes,
usando canaletas de PVC ou eletrodutos em aço.
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